sábado, abril 21, 2007

décima quarta história

Senhor Silva Ferreira era como tantas aquelas pessoas que passam por nós todos os dias, pessoa pelas quais passamos e passarão.
Mas quem nos diz a nós que essas pessoas não têm histórias melhores que as nossas? Problemas maiores? E alegrias ainda maiores? Senhor Silva Ferreira não era muito inteligente. Não tinha um curso superior, fora o que a vida lhe deu. Com isto também não quero dizer que o Senhor Silva ferreira fosse um homem muito vivido ou viajado.
Senhor Silva ferreira era simplesmente o Senhor Silva Ferreira. Acordava todos os dias sozinho mas observado na sua casa às 7 da manhã. Embora fosse taxista e a sua profissão não exigisses horários o senhor Silva Ferreira sentia necessidade deles. Às 8:30h ia tomar o café e fumar o seu cigarro matinal. Bebia o café de um só trago e desfrutava o cigarro sempre com o mesmo prazer. Finalmente, já quase às nove da manha entrava no taxi e começava mais um dia de viagens.
O senhor Silva Ferreira gostava da sua profissão, era fascinado pelas pessoas, pelas suas histórias, pelos seus gestos, pelas suas expressões. Por vezes alguns ficavam desconfortáveis com o olhar penetrante do senhor Silva ferreira no retrovisor sempre a observa-los. Outros desesperavam com as eternas tentativas de conversa que o senhor Silva Ferreira investia em todas as viagens. Estes eram os tímidos. Mas não se enganem não era por não lhe darem conversa que o senhor Silva Ferreira gostava menos deles, muito pelo contrário, os tímidos eram aqueles que o cativavam mais, com o seu olhar assustado, corpo contorcido, e cheios dos mais diversos tiques nervosos. Mas não eram os únicos, os mais faladores também estavam cheios deles, embora mais difíceis de identificar.
Todo este interesse pelas pessoas tornava as viagens do Senhor Silva Ferreira muito animadas, mas essa não era a melhor parte. O que vocês ainda não sabem é que o senhor Silva Ferreira era dotado de um grande talento. Quando chegava a casa das suas viagens, o Senhor Silva Ferreira pegava nas tintas e nos pincéis e representava na perfeição os seus passageiros. Ele captava sentimentos, emoções e essências. Mas Senhor Silva Ferreira era uma génio modesto que passa na rua por entre tantos outros como ele sem deixar qualquer tipo de marca, ou diferença.

Por quantos génios modestos passaremos todos os dias na rua?

domingo, abril 15, 2007

Round One (o sino tocou).
A competição estava renhida, ambos tinhas suas qualidades, mas nenhum se destacava.
Passaram-se mais cinco rounds, mas nada mudava.
Os treinadores chegaram. Tiveram uma conversa calma com seus lutadores acalmando-os, mostrando-lhes os defeitos da concorrência e destacando as qualidades dos lutadores.
Foi no sétimo Round que o lutador DC caiu, mas o publico não ficou nada satisfeito, lutador A era novo na coisa não tinha muitos fãs e deixou q a pressão o afectasse. Numa fracção de segundo o resultado volta ao empate.

E para ti quem ganha? Não percas o próximo episódio porque nós também não!

Joga nas apostas! Lutador Design Comunicação ou Lutador Audiovisuais? Quem irá ganhar?

segunda-feira, abril 09, 2007

Porto

Quando o sono não vence a vontade. Quando tudo acontece. Quando as grandes viagens passam a correr apenas porque o grande abraço à chegada nos aconchega o coração. Quando pronuncias do Norte e do Sul se tornam numa só musica cantada pelas almas. Quando o sorriso chega e não parte. Quando vos vejo e custa a voltar.

Onde todas as dolorosas subidas são sofridas com um sorriso. Onde toda a vergonha desaparece. Onde os momentos mortos e o tédio não existem. Onde gosto de estar porque estou com vocês. Onde, sentados no chão respiramos conforto.

Porque a saudade é muita. Porque a amizade é maior. Porque regressos penosos se transformam em concertos super lotados! Porque a companhia não podia ser melhor. Porque a sorte esta sempre connosco. Porque aquela cozinha é bonita. Porque a simpatia está sempre presente. Porque também há abanadelas de rabos. Porque correm(os) atrás dos comboios. Porque damos abraços sentidos.

OBRIGADA AMIGOS

segunda-feira, abril 02, 2007

décima terceira história

Era hoje, eles já estranhavam bonança tão longa, foi de repente, sem aviso prévio. Ela pegou em tudo, aquele sitio que antes parecia calmo e arrumado tinha-se tornado num autentico caos! Tudo espalhado, tudo desarrumado. Mas, no meio da confusão algo nascia, ela criava a partir da mistura. Mistura de frio com quente, pó com líquido.

Depois, começa um tal rodopio, sempre para direita. Tudo o que eram muitos antes, tornara-se agora num só, nesta mistura, nesta massa.

Embora um só, todos tinham a sua função, e ainda estavam todos presentes. e todos sabiam, todos sabiam porque já lhes tinham contado nas noites em que a luz falhara e na sombra tudo sussurrava, todos sabiam que estava quase a acabar. Deixaram-se levar para um arrepio frio e escorregadio para um calor infernal.

"hummm, cheira a bolo!"