quarta-feira, outubro 29, 2008

Vigésima sétima história

O casamento de Gaspar e Madalena aproxima-se a passos largos de uma enorme indiferença. O amor que tinham dedicaram incansavelmente aos seus filhos mas, agora que o último saiu de casa, um silêncio incomodativo gela a mesma. Gaspar adopta um olhar vago, perdido e entristecido pelas experiências que a guerra lhe ofereceu. Madalena, presa nos pressupostos da sociedade entretém-se com a lida doméstica sem coragem para quebrar a barreira que a afasta, cada vez mais, do seu marido. Entediada na monotonia do casamento, Madalena começa a perder-se em suposições de casos extraconjugais do seu marido com outras mulheres. Perdida num estado de alucinação e paranóia, Madalena vai ficando cada vez mais submissa e passiva à vida. Ao observar esta situação, Gaspar resolve que tem de acordar aquela paixão.

segunda-feira, outubro 20, 2008

vigésima sexta história
Era uma vez, uma história desmembrada, pois uma pequena parte lhe fora arrancada. Todas as histórias suas amigas eram senhoras completas, mas a pequena coitada ficara incompleta. Quem um dia a escreveu, tratou de lhe dar um início e de a finalizar, mas tudo o que supostamente se compreendia no meio, era um buraco cheio de vazio, ou um segundo de memórias que passavam em grande velocidade. A história pobre coitada sentia-se baralhada, pois nem tivera tempo de vingar suas conquistas. Quando era um livro em branco sonhava ser uma grande paixão agora completa, resta-lhe apenas a desilusão.