quarta-feira, setembro 24, 2008

Se gostares de mim, diz que sim.
Mas nao digas que sim só por que sim!
Diz que sim, apenas se gostares de mim.

domingo, setembro 21, 2008

O mistério da morte do Francês estava directamente relacionado com a cauda do entupimento da fossa séptica. Esse problema devia-se ao cocó duro do senhor Paulo, pois este deliciava-se com Talasnicos.
Os famosos Talasnicos eram produzidos a partir da distribuição de mel da D. Helena. Esta, morta de ciúmes da relação que D. Lizete tinha com o Francês, decide prejudicar todo o comércio de Talasnicos da D. Lizete e vender-lhe mel do Lidle. Tanto à D. Lizete como a todos os seus compradores fora o seu amigo Francês, para esse, D. Helena guardava sempre o seu famoso mel de abelhas da Lousã.
Mal sabia ela que o Francês tinha descoberto a causa do entupimento da fossa séptica. E, para salvar o seu grande amor, Paulo, de uma vingança fria do Senhor Jorge; o Francês decide encher a bota, que houvera roubado ao seu amor, com o mel milagroso da D. Helena para lhe amolecer o cocó.
Mas, invadido pela gula, não resiste a provar um bocadinho do mel da bota do Paulo. Mel este, que acabaria por ser fatal naquela madrugada, pois juntas as proporções certas de chulé, amor e mel da D. Helena - o Francês bate a bota.

Ana Manuel
Inês Namorado
Luís Almeida
Inês Teixeira

quarta-feira, setembro 10, 2008

Voltando ao dia 16 de Agosto não há muito para dizer, a partir daí foi um constante crescimento que ainda agora não sei explicar. Foram dez dias numa panela de pressão mergulhados num caldo de questões e decisões.
Mas comecemos pelo princípio quando separaram alhos e bugalhos. Confesso que por estúpida apatia não se manifestou em mim qualquer tipo de revolta, fiquei apenas perdida numa mistura de curiosidade e saudade. Assim os dias foram-se passando, deixando passar promessas de reencontros sob o reflexo da lua no tanque. Cada dia era uma descoberta, um safanão que abanava o meu mundo e me fazia questionar muitas das coisas que antes tomava como certas. Na nossa aldeia, íamo-nos tornando numa pequena família que se apoiava e descobria mutuamente. Na outra não sei, mas embora separados tanto a saudade como a amizade de outros tempos, e a curiosidade destes novos que queríamos conhecer ligavam estas duas aldeias como vizinhas que eram. Deste modo agradeço por termos dado o salto e quando tudo parecia errado ser possível fazer-se mais e melhor. Viva a ópera.
Quando finalmente a adaptação tinha ficado para trás trocam-nos as voltas e no fim de uma longa jornada estamos juntos outra vez. Novidade com um travo agridoce. Baralhados entre felicidade e desconforto deixamo-nos levar. Voltamos ao inicio: à curiosidade sobre o outro, ao impasse de abordar ou não. Ainda perdidos nesta nova situação, tiramos as máscaras e sem pudor posemos os defeitos sem filtros na mesa. Foi difícil e assustador, mas feito isso, só nos restava aproveitar a confiança e fragilidade em que estávamos inseridos e entregamo-nos até ao máximo. E foi o que se sentiu. Cada dia que passava era uma corrida para apanhar o tempo perdido. Era um esforço continuo para preenchemos aqueles dez dias que memórias que nos durassem para o resto da vida. Valeu a pena.
Quero então agradecer a todos porque um sozinho não dança e senti que todos juntos levantamos algo muito importante. Crescemos e aprendemos juntos a nossa posição no mundo e neste movimento que é o Mocamfe. Foi um prazer rir convosco, chorar convosco, sofrer com as vossas palavras e ainda mais discuti-las no final.
Peço desculpa pela distância que por vezes criei à minha volta e espero com aqueles que ainda não consegui vir um dia a torna-la mais curta. Com os que já consegui só tenho a dizer que fiquei deliciada com as maravilhas que este pequeno esforço trouxe.
Queria acabar em beleza com uma grande piada ou conclusão filosófica, mas a única coisa que me vem à cabeça é a palavra Obrigada. Obrigada pelo esforço, obrigada por este vazio que sinto agora corroído por saudades, obrigada por a partir do que conheci de vocês me conhecer a mim também.
Foram dez dias em que a partir dos outros me conheci.