Voltando ao dia 16 de Agosto não há muito para dizer, a partir daí foi um constante crescimento que ainda agora não sei explicar. Foram dez dias numa panela de pressão mergulhados num caldo de questões e decisões.
Mas comecemos pelo princípio quando separaram alhos e bugalhos. Confesso que por estúpida apatia não se manifestou em mim qualquer tipo de revolta, fiquei apenas perdida numa mistura de curiosidade e saudade. Assim os dias foram-se passando, deixando passar promessas de reencontros sob o reflexo da lua no tanque. Cada dia era uma descoberta, um safanão que abanava o meu mundo e me fazia questionar muitas das coisas que antes tomava como certas. Na nossa aldeia, íamo-nos tornando numa pequena família que se apoiava e descobria mutuamente. Na outra não sei, mas embora separados tanto a saudade como a amizade de outros tempos, e a curiosidade destes novos que queríamos conhecer ligavam estas duas aldeias como vizinhas que eram. Deste modo agradeço por termos dado o salto e quando tudo parecia errado ser possível fazer-se mais e melhor. Viva a ópera.
Quando finalmente a adaptação tinha ficado para trás trocam-nos as voltas e no fim de uma longa jornada estamos juntos outra vez. Novidade com um travo agridoce. Baralhados entre felicidade e desconforto deixamo-nos levar. Voltamos ao inicio: à curiosidade sobre o outro, ao impasse de abordar ou não. Ainda perdidos nesta nova situação, tiramos as máscaras e sem pudor posemos os defeitos sem filtros na mesa. Foi difícil e assustador, mas feito isso, só nos restava aproveitar a confiança e fragilidade em que estávamos inseridos e entregamo-nos até ao máximo. E foi o que se sentiu. Cada dia que passava era uma corrida para apanhar o tempo perdido. Era um esforço continuo para preenchemos aqueles dez dias que memórias que nos durassem para o resto da vida. Valeu a pena.
Quero então agradecer a todos porque um sozinho não dança e senti que todos juntos levantamos algo muito importante. Crescemos e aprendemos juntos a nossa posição no mundo e neste movimento que é o Mocamfe. Foi um prazer rir convosco, chorar convosco, sofrer com as vossas palavras e ainda mais discuti-las no final.
Peço desculpa pela distância que por vezes criei à minha volta e espero com aqueles que ainda não consegui vir um dia a torna-la mais curta. Com os que já consegui só tenho a dizer que fiquei deliciada com as maravilhas que este pequeno esforço trouxe.
Queria acabar em beleza com uma grande piada ou conclusão filosófica, mas a única coisa que me vem à cabeça é a palavra Obrigada. Obrigada pelo esforço, obrigada por este vazio que sinto agora corroído por saudades, obrigada por a partir do que conheci de vocês me conhecer a mim também.
Mas comecemos pelo princípio quando separaram alhos e bugalhos. Confesso que por estúpida apatia não se manifestou em mim qualquer tipo de revolta, fiquei apenas perdida numa mistura de curiosidade e saudade. Assim os dias foram-se passando, deixando passar promessas de reencontros sob o reflexo da lua no tanque. Cada dia era uma descoberta, um safanão que abanava o meu mundo e me fazia questionar muitas das coisas que antes tomava como certas. Na nossa aldeia, íamo-nos tornando numa pequena família que se apoiava e descobria mutuamente. Na outra não sei, mas embora separados tanto a saudade como a amizade de outros tempos, e a curiosidade destes novos que queríamos conhecer ligavam estas duas aldeias como vizinhas que eram. Deste modo agradeço por termos dado o salto e quando tudo parecia errado ser possível fazer-se mais e melhor. Viva a ópera.
Quando finalmente a adaptação tinha ficado para trás trocam-nos as voltas e no fim de uma longa jornada estamos juntos outra vez. Novidade com um travo agridoce. Baralhados entre felicidade e desconforto deixamo-nos levar. Voltamos ao inicio: à curiosidade sobre o outro, ao impasse de abordar ou não. Ainda perdidos nesta nova situação, tiramos as máscaras e sem pudor posemos os defeitos sem filtros na mesa. Foi difícil e assustador, mas feito isso, só nos restava aproveitar a confiança e fragilidade em que estávamos inseridos e entregamo-nos até ao máximo. E foi o que se sentiu. Cada dia que passava era uma corrida para apanhar o tempo perdido. Era um esforço continuo para preenchemos aqueles dez dias que memórias que nos durassem para o resto da vida. Valeu a pena.
Quero então agradecer a todos porque um sozinho não dança e senti que todos juntos levantamos algo muito importante. Crescemos e aprendemos juntos a nossa posição no mundo e neste movimento que é o Mocamfe. Foi um prazer rir convosco, chorar convosco, sofrer com as vossas palavras e ainda mais discuti-las no final.
Peço desculpa pela distância que por vezes criei à minha volta e espero com aqueles que ainda não consegui vir um dia a torna-la mais curta. Com os que já consegui só tenho a dizer que fiquei deliciada com as maravilhas que este pequeno esforço trouxe.
Queria acabar em beleza com uma grande piada ou conclusão filosófica, mas a única coisa que me vem à cabeça é a palavra Obrigada. Obrigada pelo esforço, obrigada por este vazio que sinto agora corroído por saudades, obrigada por a partir do que conheci de vocês me conhecer a mim também.
Sem comentários:
Enviar um comentário