terça-feira, dezembro 19, 2006

Fecho os olhos, deixo-me levar por este vento que congela os dedos e as faces, afinal, estamos no inverno! Este vento empurra, conduz-nos, leva-nos por um caminho sem sequer nos darmos conta. Vou andando, a pensar ou mesmo sem pensar. Vou correndo em competição com as folhas que voam ao nível dos meus pés, que dançam entre os meus passos e que após um rodopio voltam a cair. Vou reparando em cores, em sorrisos, apenas para libertar os meus pensamentos da mais horrível verdade. Vou andando, porque não quero parar, procuro um lugar seguro que parece nunca chegar, um lugar confortável rico em paz e harmonia.

Quando a pressão atinge o limite cada um tem a sua reacção, a dela, embora rara, é uma derrota numa luta eterna, travada com as lágrimas. Estas sem possível impedimento escoriam-lhe pela cara, os músculos contraem-se ,a respiração torna-se descontrolada, o nariz entupido, os ouvidos e a cabeça doem. E numa tentativa de inspirar solta um grito tão silencioso e abafado. A confusão na sua cabeça é enorme, quanto mais a tenta organizar, pior fica. novas perguntas saltam ao inconsciente entrecaladas por um eterno "porquê?".

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