Festival de Histórias
II - Quando as histórias não são histórias
A seus olhos o Chiado é a mais bonita zona de Lisboa, logo, que não fará sentido tê-lo conhecido noutro sítio, se não lá. A esplanar, como me confessou que era o desporto preferido dos franceses, e também o seu. Apresento-vos assim o Sr. Joaquim - carismática e afável pessoa, que tive o privilégio de conhecer, através de um amigo em comum, o acaso.
E como que se as pessoas contassem a vida em 10 minutos, ficámos 3 horas que passaram que nem segundos. De entre tudo o que partilhámos retive este bocadinho com especial atenção, que vos conto para que sorriam e sintam, talvez, um pouco do que eu senti.
Este meu amigo, teve um longo e complicado historial de vida, encontrava-se numa situação de alguma distância dos filhos, porque o destino assim o proporcionou. A humilde casa que um dia comprou por ser a maravilhosa casa, maravilhosamente perto da casa da sua maravilhosa ex-mulher e dos seus filhos; nos dias em que estes seguiram o seu caminho e compraram, por sua vez, as suas casas; tornou-se apenas numa extremamente humilde casa, extremamente perto da casa da sua ex-mulher. E os filhos foram ficando distantes e reduzidos a almoços e encontros previamente combinados, como é este exemplo que vos quero contar.
O meu amigo, custasse o que custasse, tinha um encontro marcado com o filho no estádio de Alvalade sempre que o Sporting lá jogava. Pois como sabemos, lugares cativos são difíceis de manter em tempos de crise, mas ele fazia o seu esforço, porque em todos os jogos do Sporting, e principalmente naqueles em que o Sporting marcava todas as quotas que pagava eram extremamente recompensadas, por aquele abraço. Aquele abraço que sempre que havia jogo ansiava, aquele abraço por que toda a vida ansiava, o abraço sentido do seu filho, que o apertava com força como quem não quer mais largar.
Aquele abraço - dizia-me ele transbordando de felicidade e emoção só de recordar.
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