quarta-feira, dezembro 26, 2007

décima oitava história
Vou falar-vos de uma menina. Esta menina, possuía uma característica muito particular, pois não era que não conseguia amar.
Na escola aprendera como funcionava o corpo humano por dentro, mas esta menina era peculiar, pois no sítio do coração tinha um buracão. E no sitio lógico, um cérebro em forma de coração, feito de entranhas entrelaçadas como cordão.
Desenganem-se aqueles que pensam que tal rapariga tinha noção de sua diferença, porque esta rapariga tão disforme vivera sempre na escuridão.

Certo dia, a criatura conhece um rapaz, aproxima-se dele na ironia de fugir da solidão. Mesmo sem coração, algo diz à rapariga, que aquela amizade vale ouro, e do mesmo modo, reluzem os seus olhos na presença do rapaz. Esta amizade vai crescendo, cresce em conversas sussurradas debaixo de um lençol de estrelas, cresce em segredos confessados nos becos de um vila perdida no tempo e no espaço. Ficaram próximos, muito próximos.
Tão próximos que toda a esta história criou um grande embaraço no seu cérebro. O seu cérebro-coração, palpitava ferozmente, atordoado pelas próprias cordas que o formavam. Isto era de tal forma violento que a rapariga ficava totalmente abalada e acabava por se afastar do rapaz.
Nisto, o tempo foi passando, por vezes mais próximos por outras menos próximos. De modo, que aos poucos a rapariga foi compreendendo que talvez não fosse igual a todas as pessoas, talvez tivesse algo a preencher, algo vazio, que não conseguia compreender.

Finalmente a rapariga, aventura-se então em busca dessa coisa que lhe faltava, sentia que o rapaz estava de alguma forma metido na história, e estava fora de questão que ficasse fora da sua vida. Aproxima-se dele, e fica contente com a sua opção, algo por dentro lhe dizia que estava perto do coração. Os nós entrelaçados da sua cabeça aos poucos desfaziam-se e com grande suavidade iam enchendo o buraco no seu coração.
Mas, a rapariga mal habituada a não saber amar, agora que para lá caminhava, não sabe como amar. Em êxtase, de flores, borboletas e cores, a criatura, já menos disforme, acaba por se encontrar numa encruzilhada do coração, dividida entre sentimento e emoção. Deixou-se levar pela atracção, trocou o rapaz pelo fogo de artifício, brilhante e deslumbrante, mas como todos sabem efémero.
Tal qual um boomerang, todo o cordel lindamente arranjado e encaixado no buraco no peito da menina, subiu velozmente ao cérebro da mesma, entrelaçando-a e envolvendo-lhe todos os pensamentos num emaranhado tremendo.

Depois desta confusão, menina voltou para o rapaz, mas o seu buraco nunca ficou tão cheio como outrora. E mais uma vez, menina despassarada, fica entrelaçada noutro fogo de artificio, mas este brilha e deslumbra e enfeitiça a menina, por pouco tempo, porque mal ela se aproxima, vê que as sua cores são feias ao perto, e as formas não a atraem. E com esta aventura, a menina perde todo o resto de cordel que lhe enchia o coração, e destroçada, olha para trás, e vê o cordel como que lhe indicando o caminho, até ao outro rapaz. Segue o cordel, mas este acaba onde os dois estiveram juntos da última vez. O rapaz já lá não estava, desta vez, não esperara por ela.

A rapariga triste e amargurada, permanecera ainda no fim do cordel, ficara imóvel como que esperando por ele. Seu buraco vazio no peito sufocava-a de dor, e parecia que ficava cada vez maior. A rapariga chorava pelo seu amigo, pois quando as pessoas não tem coração e não sabem o que é amar, conhecem de outro modo amizade, dando extrema importância, e percebendo e ela sim é a base de todos os outros sentimentos. E ao aperceber-se disto, sorriu, e tapou com as suas mãos o buraco que tinha no peito, que milagrosamente este preencheu-se e encheu-se de alegria e esperança e certeza que aquele rapaz que ela deixara ali, era importante para si.

terça-feira, dezembro 18, 2007

Spider-Pig, Spider-Pig. Does whatever a Spider-Pig does. Can he swing from a web? No he can't, cause he's a pig. Look out! He is the Spider-Pig!

quarta-feira, novembro 21, 2007

Vôou, sumiu pelo mundo.

Quando tudo o que damos por certo se desmorona a nossos pés, e toda a nossa vida organizada nos envolve de tal maneira que ficamos presos na sua teia. Quando a vida nos prega uma partida e nos vira de cabeça para baixo. Talvez para vermos os problemas de outra prespectiva ou até para nos ridicularizar perante a nossa alma que continua imune e sempre no sitio. Quando nos voltamos de cabeça para cima, pairamos perdidos, tontos como se tudo estivesse desarrumado. Aí temos apenas duas hipoteses arrumar, ou mudar e comçear outra teia mais ou lado.
Acho que construi uma nova, de certa forma apoiada na velha, pois precisava de técnicas usadas nesta para construir uma nova. Para esta teia comprei fio mais forte e certifiquei-me que nao havia fio solto ou froucho. Mas quando me vi tão segura nesta nova teia veio uma lufada de ar quente vindo do sul, que abanou abanou e abalou a minha teia. Precisei de reforços rápidos e eficázes. E ao que parecia, eles estavam mesmo em baixo, peguei num fio solto da teia anterior e fortifiquei um dos fios na teia posterior. Este fio velho e viciado, era muito mal comportado e nao se queria manter no sitio, puxava e repuxava, de vez em quando lá acalmava mas nunca se conformava.
Foi aí então que decidi retirar o fio velho e tingir a teia das cores do arco iris, depois puxei uma pontinha e comecei a enrolar-me em todo o fio, e no fim tinha-o tao entrelaçado em mim que se foi entranhado chegando mesmo, a proteger-me, de certa forma. Aí tornei-me nómada, independente do local da teia, porque agora era eu propria a minha teia.

Uma mulher cigana.

quarta-feira, outubro 10, 2007

Décima sétima história

Vou falar-vos de um bairro, no coração de Lisboa que muitos desconhecem. É um bairro pacato, como tantos outros mas que pela calada, como já Gil Vicente fazia, criticava a sociedade. Ora então este belo bairro, que emoldura a Alameda, chama-se Bairro dos Actores. Muitos podem pensar que seu nome vem das ruas que numa homenagem a actores famoso têm os seus nomes. Mas desenganem-se. Eu, Sr. João Cardoso, conheço a magia deste bairro. Ele critica os actores que aqui vivem. Não os actores profissionais, os actores natos. Pessoas que passam por nós no dia-a-dia e nem ligamos, mas que no fundo são grandes detentoras de poder de persuasão. Actores que representam amizades como ninguém. Actores que representam grandes amores por grandes fortunas. Que representam grande inteligência por grandes cargos em grandes empresas. Enfim, actores como os que há no mundo inteiro.
Kika, acordara naquele dia igual aos outros, no seu apartamento T2 na rua actor Isidoro. Tinha prometido a si mesmo que ia mudar de vida. E decidiu que ia ser naquele dia. Pegou no dinheiro que havera lucrado na ultima noite e saiu. Entrou no metro da alameda e saiu nos restauradores. No fim da tarde já tinha duas toelletes chiques. A primeira parte do seu plano estava acabada, só faltava infiltrar-se "naquela sociedade". Uma semana depois estava noiva do filho do embaixador e em dois anos rica. Mas embora trata-se a vida e o dinheiro por tu; ao amor nem lhe falava. Tinha medo do amor.
Cátia dos Santos dos santos, era também uma actriz nata, embora muito nova já dominava bem este mundo. Cátia em casa e Carolina na escola, eram duas pessoas completamente diferentes. Cátia acordava todos os dias bem cedo, fazia o primeiro turno no mercado, ajudava a mãe quando podia. Depois, ia a correr para casa tomava banho e tirava de debaixo da cama a sua caixinha dos tesouros. Lá dentro tinha roupas que roubava dos estendais baixos ao vir para casa. Já vestida era Carolina Telles, uma menina de boas famílias que estudava pelo primeiro ano em Lisboa. Tudo isto era mentira, Cátia já andava naquela escola há quatro anos, mas sem aquelas roupas parecia que era só mais uma sombra que passava.

quinta-feira, outubro 04, 2007

(visto que o vencedor é o concorrente A, vamos la trabalhar)

décima sexta história

No cemitério, Gaspar corria como o vento. Colina a cima, colina a baixo. Não se ouvia barulho algum, apenas o barulho das suas passadas e de vez em quando o ruído do seu pé pisando as folhas secas que o Outono roubava as árvores.
A Primavera já ia longe e com ela a sua felicidade. Daí em diante só tristeza e saudade. Avó Laura partira em Abril, Gaspar não percebera bem porquê. Esta incompreensão touxera-lhe primeiro a impressão de que nada daquilo era real. Morte. Fim. Saudade. Soavam-lhe como palavras soltas em luto. Depois, o tomar de consciência, o vazio. A tamanha tristeza que se formara mais tarde em fúria e revolta. Nisto chega e passa o Verão, mais calmo, Gaspar, estagna no cais de Setembro, onde navega num turbilhão de emoções contrastantes. Nos momentos de enorme tristeza sentava-se junto à janela a olhar as marés vivas esperando pela arrasadora maré alta.
Até que um dia, com o cair da primeira folha, Gaspar limpa as lágrimas e uma nova esperança percorre-lhe o corpo deixando um sorriso. Sua mãe, Esperanza, farta de ver o seu filho em pranto diz-lhe que Laura, voava sobre o Alto de São João no vento de Outono.
No cemitério, Gaspar corria como o vento. Colina a cima, colina a baixo. Não se ouvia barulho algum, apenas o barulho das suas passadas e de vez em quando o ruído do seu pé pisando as folhas secas que o Outono roubava as árvores.

terça-feira, outubro 02, 2007

"Se a minha casa fosse feita de chocolate eu seria uma sem-abrigo."
anónima

sábado, setembro 15, 2007

Menina e moça
Segura de si
Viu-se sozinha
Chorando sem fim

Caiu do alto
Julgando escolha certa
Não deu o salto
Para a porta entreaberta

Outrora cabeça erguida
Em tempos confiante
Estava agora perdida
Com medo do avante

Quem diria
Que menina tão fogosa
Se tornasse hoje em dia
Menina tão receosa?


"It's not always rainbows and butterflies"

domingo, setembro 02, 2007

Voava borboleta colorida, voava por um campo, pelo verde. Voava livremente sem medo, dona de si. Dona do mundo. Era pequena, era forte, era bonita. A natureza admirava-a, a natureza sustentava-a. Borboleta feliz entrega-se ao amor, conhece o coração. Nisto, num dia de Verão, surge um pequeno ser pequeno, pacato mas muito promissor. Pequeno bicho, rasteja para se deslocar, rasteja para comer, rasteja para viver. Mas lagarta desenrascada, farta de ser arrastada decide mudar. Cria um casulo, sem cor, imóvel, estático. Enquanto aquela borboleta colorida continua sua viagem, deixando este espectáculo para trás. Pois o casulo engana, e a borboleta, como muitos equivocada, julgou mal a sua aparência. Este casulo pouco promissor, vive, ama, e sente. transforma, evolui, cresce! Este casulo é energia. Do casulo sai uma nova borboleta mais bela que a anterior, mais viva que a anterior, maior que a anterior. Melhor que a anterior. Nova borboleta livre. Voa encantando qualquer um, com o sopro da mudança, com o vento da bonança.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Era um mundo em bolinhas de sabão, um mundo reflectido, um mundo distorcido. O nosso mundo, o mundo que dependia de nós, do nosso sopro. As bolinhas de sabão pairavam à dez dias no ar com pouca alteração, flutuavam, até que POC. Começaram a rebentar e o meu mundo a desmoronar.

terça-feira, julho 17, 2007






INESquecível
Fotografia por: Filipe Paes

sábado, julho 14, 2007

Retalhos de Férias - porto santo

"Falávamos do tempo, mas com prazer, não porque não tínhamos outra coisa para falar." Eram conversas muito interessantes. Mas era o tempo que não queria nada connosco, ficou na dele, sempre com aquela cara feita de nuvens escuras todas enrugadas como se estivesses tão furioso que todos os músculos da sua cara se contraíssem formando grandes e robustas rugas. Mas mesmo sem o tempo, os dias eram belos. Aproveitando o refugio do sol, brincada desenfreadamente ginasticava para aqui, saltos para ali, cambalhotas para aqui. Sem grande escolha o areal acabava por entrar na brincadeira criando mini falésias de 20 centímetros de areia que à mínima pressão desmoronavam-se, criando um efeito muito bonito.
Entretanto lá ia havendo umas abertas e as nuvens escuras eram empurradas pelo vento, que esteve sempre presente, ficavam então, apenas umas pequenas nuvens, estas brancas, que brincavam ao faz de conta com a relva que olhava para cima sempre a tentar adivinhar os animais, flores, ou mesmo coisas que as brincalhonas das nuvens "encarnavam". As nuvens eram bastante brincalhões, aliás, ninguém diria que eras era feitas de paz e tranquilidade, purificando as almas perdidas.
Entre esta animação toda ainda havia os lagartos, os cactos e as rochas. Que nunca se separavam. A rocha era como os pés, a estabilidade. Os cactos, o corpo que se elevava e protegia a alma de qualquer perigo exterior. Esta alma, era por fim o lagarto, onde um pequeno coração palpitava abundantemente. pum pum. pum pum. pum pum. pum pum.

segunda-feira, junho 25, 2007

coimbra porto
Tudo começa quando aquele impulso te empurra bruscamente para trás. depois de encontrares o conforto, e sentires o sol a brincar contigo do cantinho da janela, é aí que percebes que tens um amigo com quem brincar nesta viagem. Fazem corridas, apenas o vês naquele cantinho na janela, para que nunca mais o alcanças, por vezes, até perdes o incentivo e a esperança de o voltares a sentir queimar a tua pele. aí outros amigos surpreendem-te, as nuvens: que assumem diferentes vidas deliciando-te. E nisto e numa curva, o sol regressa encadeando-nos de alegria.

segunda-feira, junho 04, 2007

décima quinta historia
"Sobre o josefino, não há muito a escrever. É um home'simples.
Enquanto mestre de obras, põe os ucranianos a trabalhar e bebe umas minis (de coca-cola). Trabalha das 6h as 18h e dorme a sesta quando o superior não anda por lá a cheirar, esta é a sua segunda paixão, a seguir ao benfica.
Os seus hobbies são ver o Glorioso , na tasca ao fundo da Rua dos Baldaques com a malta das obras e jogar à bola com os putos.
Tem família, dois filhos, uma catraia e um moçoilo. O filho chama-se Eusébio mas parece uma andorinha, nem uma bola consegue chutar direito. A rapariga é a a Maria, porque não há nome mais patriótico que este e Josefino , sempre foi de guardar grande sentimento para com a sua pátria.
Em termos políticos, vota pela abstenção. Não vê o telejornal, porque segundo ele "é só desgraça , mulhereee, mete na bola." Obviamente, tem uma box pirata para ver a Sport Tv. E não tem paciência para telenovelas.
Mora na Curraleira, e é presidente da associação de moradores como único membro da associação."
André Campino @ Josefino Manuel da Silva, mestre-de-obras

quinta-feira, maio 31, 2007

Entre uma garfada e um bocado de batata, à tua mesa relembrava momentos. "Está quente?" Relembrava momentos vividos, momentos que não me esqueci e que comigo ficarão para sempre. Entre outra garfada, um sobressalto. Com uma simples frase que me assaltou no momento mais (in)oportuno. "Na páscoa tive muitas saudades da tua avó. Sentada ali, à cabeceira com o teu pai sempre a meter-se com ela. Era muito religiosa, e boa pessoa." Senti-te lá. Será que ela também? "Já tenho o passaporte para a ida. A morte é uma coisa certa, logo que nascemos sabemos que um dia iremos morrer. É certo." De repente, aquele aperto e as lágrimas a querem sair voltaram, aquele sentimento perdido ou pelo menos em parte esquecido regressou, em força. Sei que é um caminho sem fim, uma espera eterna. Mas com egoísmo ou sem, fica comigo. Beijinho.

segunda-feira, maio 28, 2007

"I believe theres a hero in all of us, that keeps us honest, gives us strength, makes us noble. And finally gets us to die with pride. Even though sometimes we have to be steady and give up the thing we want most, even our dreams."
spider man 2

sexta-feira, maio 18, 2007

Na cidade dos Oregãos
Tudo é condimentado
Tudo é apaixonado.

Na cidade dos Oregãos
Chovem ervas em vez de chuva
E o vinho é oregães e não de uva.

Na cidade dos Oregãos
O presidente é a salada
E não (a)prova marmelada!

Na cidade dos Oregãos
Também existe Oregão Natal,
Que oferece aos oregãozinhos um condimento especial.



Na cidade dos oregãos comemoro o 50º post.

domingo, maio 13, 2007

e finalmente nas sete colinas nós sorrimos. obrigada.

quinta-feira, maio 10, 2007

"É dancar como se não houvesse amanhã. Esquecer o mundo a tua volta e aqueles que te olham. Sincronizar o teu corpo com a musica. O teu coracao batera' com ela. Em unissono. Nao pensas em nada. Sente as emocoes que te percorrem o corpo. Elas sao fortes, determinadas e contagiantes. Quando acordas um bocadinho desse transe vez que a doenca se espalhou. Todos sentem o mesmo com a mesma intensidade, com o mesmo desejo de viajar para longe. Tudo se manifesta em forma de energia e alegria. Movimento e euforia. Para dancares mais alem. é como se fosse o apocalypse, mas feliz."
Tom
p.s. nao consegui resistir a nao citar isto. quem respira musica desta maneira tem de ser ouvido e admirado, uma salva de palmas para ti, Tom.

domingo, maio 06, 2007

"Normalmente as pessoas dizem que dormem de olhos fechados mas eu durmo de olhos abertos, se não como é que eu vejo tantas coisas?"
Jacinto Lucas Pires

sábado, abril 21, 2007

décima quarta história

Senhor Silva Ferreira era como tantas aquelas pessoas que passam por nós todos os dias, pessoa pelas quais passamos e passarão.
Mas quem nos diz a nós que essas pessoas não têm histórias melhores que as nossas? Problemas maiores? E alegrias ainda maiores? Senhor Silva Ferreira não era muito inteligente. Não tinha um curso superior, fora o que a vida lhe deu. Com isto também não quero dizer que o Senhor Silva ferreira fosse um homem muito vivido ou viajado.
Senhor Silva ferreira era simplesmente o Senhor Silva Ferreira. Acordava todos os dias sozinho mas observado na sua casa às 7 da manhã. Embora fosse taxista e a sua profissão não exigisses horários o senhor Silva Ferreira sentia necessidade deles. Às 8:30h ia tomar o café e fumar o seu cigarro matinal. Bebia o café de um só trago e desfrutava o cigarro sempre com o mesmo prazer. Finalmente, já quase às nove da manha entrava no taxi e começava mais um dia de viagens.
O senhor Silva Ferreira gostava da sua profissão, era fascinado pelas pessoas, pelas suas histórias, pelos seus gestos, pelas suas expressões. Por vezes alguns ficavam desconfortáveis com o olhar penetrante do senhor Silva ferreira no retrovisor sempre a observa-los. Outros desesperavam com as eternas tentativas de conversa que o senhor Silva Ferreira investia em todas as viagens. Estes eram os tímidos. Mas não se enganem não era por não lhe darem conversa que o senhor Silva Ferreira gostava menos deles, muito pelo contrário, os tímidos eram aqueles que o cativavam mais, com o seu olhar assustado, corpo contorcido, e cheios dos mais diversos tiques nervosos. Mas não eram os únicos, os mais faladores também estavam cheios deles, embora mais difíceis de identificar.
Todo este interesse pelas pessoas tornava as viagens do Senhor Silva Ferreira muito animadas, mas essa não era a melhor parte. O que vocês ainda não sabem é que o senhor Silva Ferreira era dotado de um grande talento. Quando chegava a casa das suas viagens, o Senhor Silva Ferreira pegava nas tintas e nos pincéis e representava na perfeição os seus passageiros. Ele captava sentimentos, emoções e essências. Mas Senhor Silva Ferreira era uma génio modesto que passa na rua por entre tantos outros como ele sem deixar qualquer tipo de marca, ou diferença.

Por quantos génios modestos passaremos todos os dias na rua?

domingo, abril 15, 2007

Round One (o sino tocou).
A competição estava renhida, ambos tinhas suas qualidades, mas nenhum se destacava.
Passaram-se mais cinco rounds, mas nada mudava.
Os treinadores chegaram. Tiveram uma conversa calma com seus lutadores acalmando-os, mostrando-lhes os defeitos da concorrência e destacando as qualidades dos lutadores.
Foi no sétimo Round que o lutador DC caiu, mas o publico não ficou nada satisfeito, lutador A era novo na coisa não tinha muitos fãs e deixou q a pressão o afectasse. Numa fracção de segundo o resultado volta ao empate.

E para ti quem ganha? Não percas o próximo episódio porque nós também não!

Joga nas apostas! Lutador Design Comunicação ou Lutador Audiovisuais? Quem irá ganhar?

segunda-feira, abril 09, 2007

Porto

Quando o sono não vence a vontade. Quando tudo acontece. Quando as grandes viagens passam a correr apenas porque o grande abraço à chegada nos aconchega o coração. Quando pronuncias do Norte e do Sul se tornam numa só musica cantada pelas almas. Quando o sorriso chega e não parte. Quando vos vejo e custa a voltar.

Onde todas as dolorosas subidas são sofridas com um sorriso. Onde toda a vergonha desaparece. Onde os momentos mortos e o tédio não existem. Onde gosto de estar porque estou com vocês. Onde, sentados no chão respiramos conforto.

Porque a saudade é muita. Porque a amizade é maior. Porque regressos penosos se transformam em concertos super lotados! Porque a companhia não podia ser melhor. Porque a sorte esta sempre connosco. Porque aquela cozinha é bonita. Porque a simpatia está sempre presente. Porque também há abanadelas de rabos. Porque correm(os) atrás dos comboios. Porque damos abraços sentidos.

OBRIGADA AMIGOS

segunda-feira, abril 02, 2007

décima terceira história

Era hoje, eles já estranhavam bonança tão longa, foi de repente, sem aviso prévio. Ela pegou em tudo, aquele sitio que antes parecia calmo e arrumado tinha-se tornado num autentico caos! Tudo espalhado, tudo desarrumado. Mas, no meio da confusão algo nascia, ela criava a partir da mistura. Mistura de frio com quente, pó com líquido.

Depois, começa um tal rodopio, sempre para direita. Tudo o que eram muitos antes, tornara-se agora num só, nesta mistura, nesta massa.

Embora um só, todos tinham a sua função, e ainda estavam todos presentes. e todos sabiam, todos sabiam porque já lhes tinham contado nas noites em que a luz falhara e na sombra tudo sussurrava, todos sabiam que estava quase a acabar. Deixaram-se levar para um arrepio frio e escorregadio para um calor infernal.

"hummm, cheira a bolo!"

quarta-feira, março 14, 2007



"Em qualquer aventura o que importa é partir, nao é chegar."
Miguel Torga
Percorremos um caminho, a vida. Sempre saltando obstáculos, sempre ansiosos pelo próximo desafio.
Vejo a vida como uma caminhada, como um percurso. Temos de vive-la, e vive-la com prazer. para tal temos de levar uns sapatos confortáveis, e a bagagem adequada, nem de mais nem de menos. Ás vezes, devido a mudanças no percurso temos de deixar coisas de que gostamos para trás.
Esse percurso vai mudando, umas é bonito florido e cheio de alegria, outras vezes é escuro e o medo está atrás de cada passo. Mas continuamos, continuamos, continuamos.. à espera e à espreita do que virá a seguir.
O que virá a seguir?
A seguir, gozamos! Desfrutamos totalmente, descansamos, convivemos e divertimo-nos, porque a vida é isso é vive-la com alegria com sorrisos e paixão. Vivam meus queridos, VIVAM!
Apertem os cintos e desfrutem da viagem, como eu desfruto da vossa companhia.
Fotografia por: Vanessa Santos

segunda-feira, março 05, 2007

Adoro quando te deixas levar assim
Fechas os olhos e danças só para mim
Uma dança tua
Mistura de não vem que não tem
Com um sorriso porém que me diz que o teu desdém
É só a manhã de alguém
Que diz que vai mas que vem
Me engana que eu gosto

Sara Tavares Balancé
GOLD

sexta-feira, março 02, 2007

como se da décima segunda história se trata-se

Ela sonhava, no seu mundo a magia saia-lhe das mãos. No seu mundo as minhocas que comiam maçãs tornavam-se super minhocas, e os soldadinhos de chumbo construíam fortalezas para passarem as poças! Naquele mundo os papparatzi fotografavam a toda a hora a estrela porno vává, e os mirónes cobiçavam-na e criavam grandes mares de baba. A menina brincava com bolinhas de sabão que subiam subiam subiam rebentavam fazendo poc e as outras continuavam a subir, até chegar aos céus onde os seus habitantes desfrutavam todo isto como se de uma história de trata-se, comendo pipocas de uma forma bastante barulhenta. O Anjo e o Diabo também lá estavam a marcar presença.

quinta-feira, março 01, 2007

.LIBERDADE..OPRESSÃO..NÃO!
décima primeira história



Este post está uns dias atrasados, mas agora que comecei esta maratona de "personalidades" não me podia esquecer dele, principalmente neste altura em que faz 20 anos desde que morreu. Deixa saudade mas ao mesmo tempo presença, porque ZECA AFONSO faz parte da história de Portugal.


José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (Aveiro, 2 de Agosto de 1929 - Setubal, 23 de Fevereiro de 1987), mais conhecido por Zeca Afonso, foi um cantor e compositor de música de intervenção português. Escreveu, entre muitas outras coisas, música de intervenção que criticava o Estado novo, regime de ditadura vigente em Portugal desde 1933 até 1974.

Grândola vila morena
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

décima história (de um lutador)
Martin Luther King (1929-1968)
Martin Luther King (1929-1968), pastor norte-americano, Prêmio Nobel, um dos principais líderes do movimento americano pelos direitos civis e defensor da resistência não violenta contra a opressão racial. Foi escolhido líder do movimento a favor dos direitos civis das minorias após organizar o famoso boicote ao transporte público em Montgomery (Alabama), em 1955.

Lutou por um tratamento igualitário e contribuiu para a melhoria da situação da comunidade negra, mediante protestos pacíficos e discursos enérgicos sobre a necessidade do fim da desigualdade racial. Em 1963, dirigiu uma marcha pacífica do monumento a Washington até o Lincoln Memorial, onde pronunciou seu discurso mais famoso: "Eu Tenho um Sonho".

Discurso de Martin Luther King, Jr. em Washington, D.C., a capital dos Estados Unidos da América, em 28 de Agosto de 1963.

"Há cem anos, um grande americano, sob cuja sombra simbólica nos encontramos, assinava a Proclamação da Emancipação. Esse decreto fundamental foi como um raio de luz de esperança para milhões de escravos negros que tinham sido marcados a ferro nas chamas de uma vergonhosa injustiça. Veio como uma aurora feliz para terminar a longa noite do cativeiro. Mas, cem anos mais tarde, devemos enfrentar a realidade trágica de que o Negro ainda não é livre.

Cem anos mais tarde, a vida do Negro é ainda lamentavelmente dilacerada pelas algemas da segregação e pelas correntes da discriminação. Cem anos mais tarde, o Negro continua a viver numa ilha isolada de pobreza, no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos mais tarde, o Negro ainda definha nas margens da sociedade americana, estando exilado na sua própria terra.

Por isso, encontramo-nos aqui hoje para dramaticamente mostrarmos esta extraordinária condição. Num certo sentido, viemos à capital do nosso país para descontar um cheque. Quando os arquitectos da nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e da Declaração de independência, estavam a assinar uma promissória de que cada cidadão americano se tornaria herdeiro.

Este documento era uma promessa de que todos os homens veriam garantidos os direitos inalienáveis à vida, à liberdade e à procura da felicidade. É óbvio que a América ainda hoje não pagou tal promissória no que concerne aos seus cidadãos de cor. Em vez de honrar este compromisso sagrado, a América deu ao Negro um cheque sem cobertura; um cheque que foi devolvido com a seguinte inscrição: "saldo insuficiente". Porém nós recusamo-nos a aceitar a ideia de que o banco da justiça esteja falido. Recusamo-nos a acreditar que não exista dinheiro suficiente nos grandes cofres de oportunidades deste país.

Por isso viemos aqui cobrar este cheque - um cheque que nos dará quando o recebermos as riquezas da liberdade e a segurança da justiça. Também viemos a este lugar sagrado para lembrar à América da clara urgência do agora. Não é o momento de se dedicar à luxuria do adiamento, nem para se tomar a pílula tranquilizante do gradualismo. Agora é tempo de tornar reais as promessas da Democracia. Agora é o tempo de sairmos do vale escuro e desolado da segregação para o iluminado caminho da justiça racial. Agora é tempo de abrir as portas da oportunidade para todos os filhos de Deus. Agora é tempo para retirar o nosso país das areias movediças da injustiça racial para a rocha sólida da fraternidade.

Seria fatal para a nação não levar a sério a urgência do momento e subestimar a determinação do Negro. Este sufocante verão do legítimo descontentamento do Negro não passará até que chegue o revigorante Outono da liberdade e igualdade. 1963 não é um fim, mas um começo. Aqueles que crêem que o Negro precisava só de desabafar, e que a partir de agora ficará sossegado, irão acordar sobressaltados se o País regressar à sua vida de sempre. Não haverá tranquilidade nem descanso na América até que o Negro tenha garantido todos os seus direitos de cidadania.

Os turbilhões da revolta continuarão a sacudir as fundações do nosso País até que desponte o luminoso dia da justiça. Existe algo, porém, que devo dizer ao meu povo que se encontra no caloroso limiar que conduz ao palácio da justiça. No percurso de ganharmos o nosso legítimo lugar não devemos ser culpados de actos errados. Não tentemos satisfazer a sede de liberdade bebendo da taça da amargura e do ódio.

Temos de conduzir a nossa luta sempre no nível elevado da dignidade e disciplina. Não devemos deixar que o nosso protesto realizado de uma forma criativa degenere na violência física. Teremos de nos erguer uma e outra vez às alturas majestosas para enfrentar a força física com a força da consciência.

Esta maravilhosa nova militancia que engolfou a comunidade negra não nos deve levar a desconfiar de todas as pessoas brancas, pois muitos dos nossos irmãos brancos, como é claro pela sua presença aqui, hoje, estão conscientes de que os seus destinos estão ligados ao nosso destino, e que sua liberdade está intrinsecamente ligada à nossa liberdade.

Não podemos caminhar sozinhos. À medida que caminhamos, devemos assumir o compromisso de marcharmos em frente. Não podemos retroceder. Há quem pergunte aos defensores dos direitos civis: "Quando é que ficarão satisfeitos?" Não estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos incontáveis horrores da brutalidade policial. Não poderemos estar satisfeitos enquanto os nossos corpos, cansados das fadigas da viagem, não conseguirem ter acesso a um lugar de descanso nos motéis das estradas e nos hotéis das cidades. Não poderemos estar satisfeitos enquanto a mobilidade fundamental do Negro for passar de um gueto pequeno para um maior. Nunca poderemos estar satisfeitos enquanto um Negro no Mississipi não pode votar e um Negro em Nova Iorque achar que não há nada pelo qual valha a pena votar. Não, não, não estamos satisfeitos, e só ficaremos satisfeitos quando a justiça correr como a água e a rectidão como uma poderosa corrente.

Sei muito bem que alguns de vocês chegaram aqui após muitas dificuldades e tribulações. Alguns de vocês saíram recentemente de pequenas celas de prisão. Alguns de vocês vieram de áreas onde a vossa procura da liberdade vos deixou marcas provocadas pelas tempestades da perseguição e sofrimentos provocados pelos ventos da brutalidade policial. Vocês são veteranos do sofrimento criativo. Continuem a trabalhar com a fé de que um sofrimento injusto é redentor.
Voltem para o Mississipi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para a Luisiana, voltem para as bairros de lata e para os guetos das nossas modernas cidades, sabendo que, de alguma forma, esta situação pode e será alterada. Não nos embrenhemos no vale do desespero.

Digo-lhes, hoje, meus amigos, que apesar das dificuldades e frustrações do momento, ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Tenho um sonho que um dia esta nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado da sua crença: "Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais".

Tenho um sonho que um dia nas montanhas rubras da Geórgia os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos proprietários de escravos poderão sentar-se à mesa da fraternidade.

Tenho um sonho que um dia o estado do Mississipi, um estado deserto, sufocado pelo calor da injustiça e da opressão, será transformado num oásis de liberdade e justiça.

Tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos viverão um dia numa nação onde não serão julgados pela cor da sua pele, mas pela qualidade do seu caractér.

Tenho um sonho, hoje.

Tenho um sonho que um dia o estado de Alabama, cujos lábios do governador actualmente pronunciam palavras de ... e recusa, seja transformado numa condição onde pequenos rapazes negros, e raparigas negras, possam dar-se as mãos com outros pequenos rapazes brancos, e raparigas brancas, caminhando juntos, lado a lado, como irmãos e irmãs.

Tenho um sonho, hoje.

Tenho um sonho que um dia todo os vales serão elevados, todas as montanhas e encostas serão niveladas, os lugares ásperos serão polidos, e os lugares tortuosos serão endireitados, e a glória do Senhor será revelada, e todos os seres a verão, conjuntamente.

Esta é nossa esperança. Esta é a fé com a qual regresso ao Sul. Com esta fé seremos capazes de retirar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé poderemos transformar as dissonantes discórdias de nossa nação numa bonita e harmoniosa sinfonia de fraternidade. Com esta fé poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, ir para a prisão juntos, ficarmos juntos em posição de sentido pela liberdade, sabendo que um dia seremos livres.

Esse será o dia quando todos os filhos de Deus poderão cantar com um novo significado: "O meu país é teu, doce terra de liberdade, de ti eu canto. Terra onde morreram os meus pais, terra do orgulho dos peregrinos, que de cada localidade ressoe a liberdade".

E se a América quiser ser uma grande nação isto tem que se tornar realidade. Que a liberdade ressoe então dos prodigiosos cabeços do Novo Hampshire. Que a liberdade ressoe das poderosas montanhas de Nova Iorque. Que a liberdade ressoe dos elevados Alleghenies da Pensilvania!

Que a liberdade ressoe dos cumes cobertos de neve das montanhas Rochosas do Colorado!

Que a liberdade ressoe dos picos curvos da Califórnia!

Mas não só isso; que a liberdade ressoe da Montanha de Pedra da Geórgia!

Que a liberdade ressoe da Montanha Lookout do Tennessee!

Que a liberdade ressoe de cada Montanha e de cada pequena elevação do Mississipi.

Que de cada localidade, a liberdade ressoe.

Quando permitirmos que a liberdade ressoe, quando a deixarmos ressoar de cada vila e cada aldeia, de cada estado e de cada cidade, seremos capazes de apressar o dia em que todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar as palavras da antiga canção negra: "Liberdade finalmente! Liberdade finalmente! Louvado seja Deus, Todo Poderoso, estamos livres, finalmente!"


"When we let freedom ring, when we let it ring from every village and every hamlet, from every state and every city, we will be able to speed up that day when all of God's children, black men and white men, Jews and Gentiles, Protestants and Catholics, will be able to join hands and sing in the words of the old Negro spiritual, "Free at last! free at last! thank God Almighty, we are free at last!"

terça-feira, fevereiro 27, 2007

"Nesse momento, o pai de Malinalli sentiu no seu espirito uma inspiração que não lhe pertencia e , em vez de continuar com as palavras tradicionais de boas-vindas, a sua língua falou com outro canto:
- Minha filha, vens da água e a água fala. Vens do tempo e estarás no tempo e a tua palavra estará no vento e será espalhada pela terra. A tua palavra será o fogo que transforma todas as coisas. A tua palavra estará na água e será o espelho da língua. A tua palavra terá olhos e verá, terá ouvidos e ouvirá, terá tacto para mentir com a verdade e dirá verdades que parecerão mentiras. E com a tua palavra poderás regressar à quietude, ao principio onde nada é, onde nada está, onde tudo o que foi criado regressa ao silencio, mas a tua palavra despertá-lo-á e terás de nomear os deuses e terás de dar vozes às árvores e farás com que a natureza tenha língua e falará por ti o que é invisível e tornar-se-á visível na tua palavra. E a tua língua será palavra de luz e a tua palavra, pincel de flores, palavra de cores que, com a tua voz, pintará novos códices."
Excerto retirado do livro Malinche de Laura Esquivel

os cinco sentidos





(OLFACTO, PALADAR, VISÃO, AUDIÇÃO E TACTO)

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

nona história (dedicada ao rei das histórias)
A 25 de Agosto de 1958 nasce o "Rei" na Califórnia.
Após uma infância perdida em sonhos e filmes e um percurso pelo Instituto de Artes da Califórnia onde estudou animação e pelos estudos da disney, Tim Burton inspirado por Edward D. Wood, Jr. e Vincent Price começa a criar os seus próprios filmes.
Pee-wees's Big Adventure; Beetlejuice; Batman; Edward Scissorhands; Batman Returns; The Nightmare Before Christmas; Ed Wood; James and the Giant Peach; Sleepy Hollow; Planeta dos Macacos; Big Fish; Charlie and the Chocolate Factory; Corpse Bride são só alguns dos filmes deste génio do cinema. Muitos deles são relacionados com temáticas sobre Halloween e/ou Natal, e em muitos deles entram no seu elenco Johnny Depp e Christopher Walken.

terça-feira, fevereiro 20, 2007

(elas voltaram) oitava história

Desta vez vou-vos contar uma história baseada numa verdadeira. Vou-vos falar de José Teixeira da Silva. Nasceu em 1818, filho de um capitão de ladrões e Castelães, Comarca de Penafiel, e mais tarde foi com a sua família para Lisboa. Foi soldado e até sargento. Mas além disso, foi também ladrão. Roubava para dar aos pobres tal como Robin Wood. Condenado por assaltos Zé do Telhado, como era conhecido, foi para a prisão da Relação do Porto onde conheceu o escritor Camilo Castelo Branco que rápido se apercebeu da bela personagem que Zé do Telhado era e foi em "Memórias de Cárcere" que Camilo Castelo Branco retracta perfeitamente Zé do telhado. Esta é a história de Zé do Telhado o Robin Wood português.

domingo, fevereiro 18, 2007

não sou muito de escrever a minha vida no meu blog. postar fotografias minhas, falar sobre mim, falar dos meus dias, de onde fui e onde vou. mas os últimos post de facto têm sido exactamente isso. não quero que isto se torne um habito mas, estes dias têm sido tão intensos que é mesmo inevitável escrever sobre eles, sem metáforas e sem historias.

cada um sua magia, cada musica sei encanto, cada palma merecida. Foram 6 seguidos, seis concertos espectaculares. admito que gosto bastante de Jorge palma, e que sim, era pelo concerto dele que estava mais anciosa. mas todos os outros me surpreenderam positivamente: por expressões, por canções, por momentos, por uma voz, ó foi bonito.
um destaque principal para o grande JORGE PALMA que foi o máximo e para os GNR que me admirou pela presença e pela loucura inocente.

Um obrigada todo o grupo que me fez companhia :) (com um beijinho especial para as turras) e uma vénia a todas as pessoas que me fizeram companhia nessa noite, publico, artistas, fotógrafos, técnicos, todos porque foi espectacular não mudava NADA!

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

CARNAVAL ANTÓNIO ARROIO 2007