quarta-feira, novembro 22, 2006

Primeira História

Século 13. Algures num monte de terras nacionais, Lúcia, corre pelos campos. Ela tem 17 anos, já é quase uma senhora. Mas a inocência da sua aparência tira-lhe idade. A sua pele é lisa, e brilhante, faces rosadas e lábios claros como os olhos. Lúcia tem os cabelos longos castanho avelã e esvoaçavam com o vento do final da tarde. A menina, todas as tardes, ia para os campos das árvores de frutos colhe-los. O cenário era tão belo que por várias vezes a menina perdia as horas e deixava-se ficar entre a natureza até anoitecer. Estávamos na primavera, as flores começam a desabrochar, a relva é mais verde que nunca, os animais já familiarizados com a presença da jovem menina fazem-lhe companhia e a menina desfruta daqueles momentos, no seu refugio, para purificar a sua alma.

Foi numa destas tarde, que a menina conheceu Alfredo. Era um jovem cavaleiro que por aquelas terras passava com o seu exército. Partiam para Sul em conquista de terras aos Mouros. E, ao passarem por aquela aldeia decidiram ficar por lá 2 noites para descanso e reposição dos mantimentos.
Foi nessas duas noites e três dias que Lúcia e Alfredo viveram os momentos mais intensos das suas vidas em relação a uma mistura de amizade e amor, que nem eles próprios souberam distinguir.

Primeiro dia
Era meio da tarde, e Lúcia estava deitada na relva a fazer o que mais gostava ouvir os animais e cantar com eles, quando sentiu o chão tremer. Assustada, levantou-se e ao longe fui um exército a caminho da sua Terra. Rapidamente se aproximaram, e o barulho dos cascos dos cavalos ao embater no solo de terra seca ia aumentando cada vez mais. A rapariga seguidos com os olhos, estava estupefacta, nunca tinha visto tal coisa. E embora assustadora tinha a sua beleza, principalmente um cavalo, branco que se destacava de todos os outros pela sua beleza e velocidade.
Correu o mais rápido que pode até à aldeia, queria avisar toda a gente do que tinha visto. Mas quando lá chegou, eles também já lá estavam. Toda a aldeia os recebia com muita felicidade e até admiração. As senhoras traziam água, vinho e bolos. Os homens ofereciam-lhes tabaco e cumprimentavam-nos com vigor. Afastado de toda a esta agitação estava o mais novo de todos estes homens e o mais belo de todos os cavalos, o branco. A menina, sem pensar duas vezes aproximou-se deles e abordou o rapaz. Mal ele se virou ela pode constatar que o rapaz era tão belo quanto o cavalo. Um arrepio invadiu-lhe o corpo inteiro e o mundo inteiro parou durante esse meio segundo, em que os seus olhos se cruzaram com os deles. Facilmente a conversa animou, depois de uma pequena apresentação, ela era a Lúcia e ele o Alfredo, pouco mais precisavam de saber, ambos sentiam que já se conheciam à séculos e que se sentiam perfeitamente confortáveis um perto do outro.
Nessa mesma tarde ela mostrou-lhe o seu refugio. Apresentou-lhe as flores e os animais todos um por um. Alfredo, apesar de não ser muito interessado pela natureza foi contagiado pelo fascínio com que Lúcia falava de cada uma das flores e dos animais ou talvez pela beleza inocente que a rapariga tinha quando sorria e se libertava de tal forma. De qualquer maneira uma coisa era certa ela transbordava felicidade naquele lugar, e por mais estranho que fosse ele também.
Primeira noite
À hora do recolher despediram-se com um longo e apertado abraço e antes de adormecer rezaram pelo novo amigo.
Segundo dia
No dia seguinte, foi dia de ele lhe mostrar as maravilhas de cavalgar e lutar. Ensinou-a a montar e esgrimir. Passaram o dia inteiro juntos, com um sorriso na cara e os olhos brilhantes.
Segunda noite
Desta vez a despedida À hora do recolher não foi tão forte, porque ambos sabia que esta noite não ia ser tão longa, tinham combinado encontrar-se no refugio mal conseguissem escapar-lhe dos quartos.
E lá se encontraram, ela vestia uma leve camisa de dormir que lhe chegava até meio da perna, deixando-lhe a canela à mostra, era branca e um pouco transparente e, para ele, era impossível ela estar mais bela. Os longos cabelos brincavam com a brisa da noite e a camisa tentava acompanhá-los. Perdido neste transe abraçou-a, mas este abraço foi diferente, não foi como tantos outros. Ela também o sentiu, e estranhou porque era a primeira vez que sentia alguma coisa como aquilo. Aquele abraço tinha um novo amor que explodia no peito de ambos.
A lua observou-os lá do céu, e só quando ela se pôs é que eles voltaram para casa.
Terceiro dia
Ele nem dormiu, sabia que a alvorada era cedo, pois o exercito partia nessa mesma manhã. Embora cansado o rapaz ia sorridente e cheio de tantas outras coisas.
Menos sorridente estava a menina, que numa lamuria eterna chorava o seu novo e curto amor.

Passados uns longos 4 anos, o exercito voltava vencedor das suas conquistas e mais uma vez decidiram parar naquela aldeia.
Mais uma vez, ela foi a primeira a vê-los chegar. Desde a partida do seu amor que esperava ansiosa por aquele dia. O dia em que o seu amor voltaria vivo das suas conquista.
Surpresa a menina, que já não era tão menina e mais senhora, meio a rir meio a chorar correu para a aldeia. Mal o viu saltou-lhe para os braços num beijo veemente e um abraço forte. Rapidamente se apercebeu, que aquele beijo já não era o mesmo beijo. O rapaz tinha barba e os anos tinham-lhe deixado grandes marcas. Mas ignorou totalmente estes pensamentos supérfluos.
Mas, infelizmente nas primeiras conversas eles voltaram, desta vez em relação às conversas, à pessoa. Alfredo tinha passado por muitas coisas, por muitos sítios. E tudo isso o tinha marcado e alterado muito. Já não era o mesmo jovem, era agora um homem.
Não foi só Lúcia que estranhou Alfredo, a impressão foi mutua. Ambos estavam pessoas diferentes e já não eram as mesmas pessoas. Os momentos que passaram juntos foram muito importantes para ambos. Mas não passavam de recordações, agora cada um tinha seu destino e caminho a seguir.

2 comentários:

Anónimo disse...

Ai ines, escreves tao bem . a serio que nao fazia ideia . Gostei tanto , mesmo . investe nisso !! o texto esta tao expressivo tao giro . e é mesmo , as pessoas mudam tanto , e pensamos que nao , que se manteem . é mentira . absurdamente e obviamente mentira . e as memorias , ai nada muda , fica intacto . mas tantas sao as coisas que nos passam pela cabeça , e um futuro a dois ao fim de tempos sem se conhecer , sem contacto , nao da , nada é igual . é preciso acompanhar a evoluçao , o crescimento , tudo . e isso é amor . :) Ai gosto tanto tanto de ti ! Um caramelo ?

Anónimo disse...

Já te tinha dito que de vez em quando dá-me para realizador!!!

É impossivel dissociar das experiencias vividas, até pode ser sem querer e nem ter nada a ver, mas algo nesta história me parece familiar!!!

E não sei se tens razão!!!

Gosto de ti BEIJO

OLHO-TE ;)